MiraPraia e a barrinhaMira é uma vila portuguesa no Distrito de Coimbra, região Centro e sub-região do Baixo Mondego, com cerca de 7 300 habitantes. É sede de um município com 124,03 km² de área1 e 12 465 habitantes (2011),2 3 subdividido em 4 freguesias.4 O município é limitado a norte pelo município de Vagos, a leste e a sul por Cantanhede e a oeste tem litoral no Oceano Atlântico.
Com a Reconquista Cristã, sobretudo na última conquista de Coimbra aos árabes em 1064, a história das terras de Mira passa a ficar mais claramente documentada. O povoado mouro foi capturado ainda antes da independência do condado Portucalense, talvez por D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques. A povoação já aparece mencionada na doação que o primeiro governador de Coimbra, o moçarabe Sisnando, fizera no ano de 1094 aos novos povoadores de Montemor-o-Velho. A estes concedeu a posse desta terras gandaresas e todos os seus termos com a condição de lavrar e cultivar todos os terrenos incultos, não podendo doá-los, vendê-los ou trocá-los sem o consentimento do governador. A posse fora confirmada em Fevereiro de 1095, por D. Raimundo e D. Urraca, então Senhores de Portucale, a Soleima Godinho, doando todas as terras de São Tomé de Mira e nomeando-o seu proprietário e senhorio, sub condição de as arroteadas, valorizar e levar à criação de novos povoados. Em 1442, Dom Pedro, regente de Portugal e Duque de Coimbra, concedeu autonomia municipal a Mira e diversos privilégios para fixar população e desenvolver o local. Recebeu foral de D. Manuel I em Lisboa que a eleva a vila a 27 de Agosto de 1514 e nomeia como administrador e senhor da vila Dom Gonçalo de Tavares. Mais tarde, D. Manuel de Sousa Tavares foi senhor e alcaide-mor da vila. O Senhorio de Mira manteve-se nas mãos da família dos Tavares até ao século XVIII, quando passou a integrar a Casa das Rainhas. Aí se manteve até à extinção do regime senhorial em 1833. Contudo, a freguesia antecede o concelho. A igreja de S. Tomé de Mira, sendo a primitiva originalmente construida noutro local, foi mandada edificar pelo filho do proprietário Saleima, Zalema Godinho, que foi também o seu primeiro pároco. Zalema Godinho, após poucos anos de cura de almas, trocou a sua paróquia pelo o hábito de monge augustiniano, doando ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra a igreja de Mira. Passando a freguesia a ser apresentação de Santa Cruz de Coimbra, o geral dos cónegos fazia-se representar pelo vigário dando-lhe uma pensão de 401$250 réis. Aqui viveu grande parte da sua vida Francélio Vouguense, pseudónimo de Francisco Joaquim Bingre, poeta arcádico e pré-romântico português. Embora sendo natural de Canelas, Estarreja, aqui exerceu as funções de escrivão do Juízo, câmara e tabelião. Morreu aos 93 anos no dia 26 de Março de 1865. O concelho foi extinto em 7 de Setembro de 1895 após as reformas administrativas do início do liberalismo e incorporado no concelho de Cantanhede. Foi restaurado em 13 de Janeiro de 1898.
(*) Fonte: Wikipedia COMENTÁRIOS DOS LEITORES Ainda não há comentários para este artigo. |
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